
Luciana: vitórias e fé
14 de dezembro de 2021
Meu nome é Salete Maria Tibola Galafassi, tenho 51 anos, sou casada, do lar, tenho três filhos e dois netos. Após o Natal de 2014 comecei a sentir dores no ombro e nos braços, tentei me automedicar, mas as dores não iam embora e a cada dia sentia mais incomodo. Algumas semanas depois encontrei um pequeno nódulo no meu seio esquerdo, me assustei e decidi procurar um médico, o mesmo me tranquilizou e disse que poderia ser apenas um cisto de gordura ou agua e que eu não devia me preocupar. Não contente com a explicação decidi marcar um ultrassom com outro médico e ele me deu a assustadora notícia de que eu estava com um tumor e que eu deveria procurar urgentemente um oncologista.
Na mesma semana passei pelo oncologista e ele confirmou que era realmente um tumor e que eu precisava fazer uma biopsia. O resultado da biopsia foi de um carcinoma invasivo, e então no dia 08 de maio de 2015 fiz a cirurgia para a retirada do tumor e não foi
necessário a retirada da mama. Em agosto iniciei as sessões de quimioterapia, fiz 4 sessões de quimioterapia “vermelha”, as responsáveis pela queda dos meus cabelos e 12 sessões de quimioterapia “branca”. Durante o tratamento com quimioterapia passei bem, tive pouco enjoo, geralmente durante os 3 primeiros dias. Logo após a quimioterapia fiz 36 sessões de radioterapia e aos poucos meus cabelos voltaram a crescer.
Nesse período das quimioterapias encontrei no supermercado a Loreti, presiden te da AAPEC, contei a ela o que estava passando e imediatamente ela se prontificou a me ajudar, pediu que eu procurasse a sede da associação, eu relutei por alguns dias, pois achava que haviam pessoas mais necessitadas e que precisavam mais do que eu, mas decidi ir até lá e a AAPEC me acolheu como uma família, me dando suporte psicológico, medicamento, transporte e principalmente amigos, alguns passando pelo mesmo que eu, outros que já haviam superado o câncer e estavam curados, outros eram apenas voluntários, todos com uma palavra amiga me davam cada vez mais motivação para seguir em frente e vencer a minha batalha.
Há muito tempo comecei a ser voluntária da AAPEC, fazendo crochê, fuxico, panos de prato pintados à mão, meus trabalhos eram esporádicos pois eu trabalhava fora e não podia participar dos encontros, então fazia alguns trabalhos em casa e entregava na associação. Como alguns meses antes de descobrir o câncer eu parei de trabalhar eu pude me dedicar a ajudar a AAPEC, pois eu precisava retribuir toda a ajuda que eles davam a mim e aos outros pacientes. Eu estava sempre presente ajudando com o que eu podia, dentro das minhas limitações, ajudava nos brechós, bingos, participava das palestras e reuniões e isso me dava animo, fazia eu me sentir bem, me sentir viva! Sempre tive muita fé, acredito em um Deus maravilhoso que estava ao meu lado, cuidando de mim e dando forças para não desanimar, que colocava pessoas boas para me ajudar a passar por esse momento tão difícil.
Além da AAPEC minha família cuidava muito bem de mim, meus filhos, meu esposo, meus irmãos se uniram para me amparar com o que podiam, posso dizer que tive dias difíceis, mas a minha vontade de ficar curada era tão grande que não me permitia desanimar, estava sempre de cabeça em pé, dando risada e animando todo mundo.
Hoje com a graça de Deus estou curada e faço apenas o acompanhamento de rotina e continuo meu trabalho voluntário na AAPEC, pois foi somente quando passei pelo tratamento que eu descobri o quanto eles ajudam as pessoas que estão nessa situação, é a minha segunda casa.